Claudia Jak
A temporada das flores começou no último dia 22, e a ideia de fazer cicloturismo na primavera, em grande parte do país, é um convite para uma atividade fascinante e recompensadora.
Sendo assim, neste post decidi contar um pouco sobre uma experiência incrível que tivemos, meu esposo Filipe e eu, por três anos seguidos. O local escolhido foi a cidade de Sumaré - SP, onde lá estivemos pedalando nos anos de 2018, 2019 e 2020, em busca de uma fazenda de girassóis.
Para quem me conhece sabe que meus gostos e preferências são bem peculiares. Ao invés de me encantar com um buquê de rosas, por exemplo, sou completamente apaixonada por um arranjo de girassóis!
Aliás, meu grande sonho era de um dia poder viajar pelos caminhos por onde corre o Tour de France já que, em uma das etapas, os ciclistas passam por uma estrada em meio a uma linda plantação de girassóis.
Surpreendentemente, para minha imensa alegria, em Sumaré, aqui no interior de São Paulo, havia uma fazenda agrícola que cultivava cana de açúcar e tomate e precisou fazer a rotação da cultura a fim de melhorar as condições do solo.
Nesse período, o proprietário optou por plantar soja, milho e, no ano subsequente, girassóis! Ao todo foram mais de 35 mil alqueires de flores plantadas em 4 anos seguidos.
A fazenda está localizada na Estrada Municipal Ângelo Furian, em Sumaré, no final da Avenida Ivo Trevisan, no Jardim João Paulo II, bem próxima da área urbana. O melhor de tudo é que, mesmo sendo uma propriedade particular, o público tem acesso com entrada gratuita.
Quando soubemos sobre a fazenda em questão, já havia passado o primeiro ciclo de floração, que dura em torno de 10 e 15 dias. Ainda assim, resolvemos pedalar por lá.
Apenas para citar, o período das flores aqui no hemisfério sul, geralmente, começa em maio, porém, fomos até lá na segunda quinzena de junho.
Já não tínhamos esperança de ver muita coisa, mesmo assim, fomos conferir. Quando chegamos no local da plantação, o impacto inicial foi deprimente. Os girassóis que encontramos estavam secos, ressequidos, mortos. Uma sensação de desalento tomou conta, mas, no cicloturismo o importante é seguir em frente, não é mesmo?
Seguimos pedalando e, ironicamente, apreciando a "natureza morta". Ainda assim, soubemos mais tarde, que as plantações são realizadas em épocas diferentes, talvez com diferença de semanas entre elas.
Isso faz com que as plantações apresentem girassóis em distintas fases de crescimento e maturidade: uns estavam secos, alguns ainda por nascer e, outros, até floridos! Nos três anos que fomos até lá foi assim. Bastava pedalar por alguns quilômetros para que encontrássemos um campo maravilhosamente florido.
Foi algo realmente incrível ter tido esse privilégio de contemplar esse presente de Deus!
As fileiras de flores organizadas pelo nascer do sol seguiam até o horizonte.
Como passamos pela mesma rota duas vezes no mesmo dia, indo e voltando, conseguimos observar de perto uma característica metabólica marcante dessa flor acompanhando o sol.
É uma pena ser tão rápido e não termos a cultura desta flor em mais lugares aqui no Brasil. Mas, existem outras possibilidades! Deixo aqui meu incentivo, caso ainda não conheça, para desbravar as rotas de flores em Holambra, como citei, dentro ou fora da época da Expoflora.
Todas as plantações de flores pela cidade estão em propriedades privadas fechadas e, por isso, é necessário autorização e, como geralmente acontece, se solicita pagamento de ingresso para poder acessá-las.
Há agências especializadas nesse tipo de passeio, até mesmo alugando bicicletas, caso seja difícil levar a sua até lá.
O city tour por Holambra, também, é igualmente interessante!
Nossa única recomendação para um tour de bike mais tranquilo é evitar o mês de setembro por conta do grande evento Expoflora, que geralmente acontece nesta época, sendo mais difícil acessar todos os cantos dessa linda cidade.
Claudia Jak
Formação em Marketing; Pós-graduada em Gestão de Pessoas com foco em Liderança, Carreira e Coaching. Atua como Analista de Treinamento na área moveleira. Pedala há 12 anos e é apaixonada por cicloturismo.
Cicloviagens: Santiago de Compostela (850 km); Vale Europeu (300 km); Caminho do Sol (240 km); Lagamar (180 km); ER - Caminho dos Diamantes (395 km); Circuito das Frutas (230 km); Caminho da Fé (317 km); Caminho dos Anjos + ER Caminho Velho (460 km); Circuito Cascata e Montanhas (123 km); Rota da Luz (207 km) e Caminho do Mosteiro (135 km), entre outras.
Esses girassóis estão tão lindos tomara que a plantação deles continue.